A escassez de chuvas sofrida em diversos municípios do Nordeste brasileiro nos últimos meses é preocupante. O número de municípios em estado de emergência apenas no Piauí já passa dos 70, mas a quantidade de famílias atingidas não para de crescer.
A macrorregião de Picos, situada no coração do semiárido nordestino, vive dias difíceis. A água não caiu do céu e agora precisa ser comprada ou distribuída através de iniciativas governamentais. O inverno irregular e abaixo da média registrada nos últimos anos elevou as perdas da agricultura familiar, uma das maiores fontes de sobrevivência de quem vive na zona rural. O drama do homem nordestino só aumenta.
Em Monsenhor Hipólito (67 Km de Picos) os caminhões-pipa adentram as comunidades do interior e abastecem as famílias mais afastadas da região central do município. O prefeito Zenon Bezerra reconhece que os agricultores são os mais atingidos e afirma que medidas já foram adotadas para diminuir o sofrimento das famíli
as.
“Me dirigi à Defesa Civil Regional e solicitei a recuperação de poços, limpeza de açudes e carros pipa para atender à demanda da população”, explica e acrescenta que em virtude da irregularidade das chuvas na região, a prefeitura mantém de forma permanente um carro-pipa exclusivo para os agricultores. “É sempre uma necessidade”, diz ele.
Em Francisco Santos (45 km de Picos) a situação também é crítica. O prefeito Edson Carvalho afirma que os R$ 15 milhões liberados pelo governo federal para 53 municípios em estado de emergência no Piauí, entre eles Francisco Santos, é uma das saídas encontradas para aliviar as perdas provocadas pela estiagem. “Com esse recurso do governo nós esperamos amenizar a situação e aumentar a distribuição de água através de carros-pipa, mas ainda é preciso fazer muito mais”, ressalta.
Outra medida adotada pelas prefeituras é o pagamento das parcelas do Garantia Safra, benefício social vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário cujo objetivo é garantir renda mínima para a sobrevivência de agricultores nas localidades atingidas por situação de emergência ou calamidade pública por causa de estiagem ou excesso de chuvas. Segundo a Caixa Econômica Federal, administradora dos recursos, o dinheiro para o pagamento do benefício é constituídos das contribuições dos próprios agricultores (taxa de adesão), dos municípios, dos estados e da União.
FONTE: RIACHAO NET | EDIÇÃO: FABRICIO VIEIRA